Quem eu era antes de conhecer o Senhor Jesus

As néscias amam a necedade. Néscia é aquela que não tem entendimento, que é ignorante. As néscias são pessoas complacentes que não buscam maneiras de se tornarem melhores ou de fazerem melhor. Em vez disso, estão sempre cometendo os mesmos erros e caindo nas mesmas armadilhas da vida.


As néscias nunca aprendem a sua lição e frequentemente confundem o que lhes é ensinado. São cabeças de vento que não aproveitam as oportunidades. Se perdem o emprego, ao invés de procurar outro melhor e evitar os erros cometidos no antigo emprego, entram em depressão, reclamando das injustiças da vida e vivendo do passado. Não andam pra frente! (Mulher V - pág 24).


Quando li essa página do livro, me imaginei olhando no espelho há alguns anos atrás, sem Jesus. É a descrição perfeita do que eu era: sem entendimento, inconsequente, complacente. Foram anos tentando me equilibrar, estabilizar em todas as áreas da vida porém, sem nenhum sucesso, por conta dos meus sentimentos e emoções que me dominavam. Pensava que tinha que fazer o que dava vontade - "amanhã dá-se um jeito". 


Estudei muito, e aos 17 anos ingressei na faculdade de Letras, amava escrever e ler, principalmente o que eu pensava e sentia, amava música, era a mais bela e precisa forma de expressão pra mim. Passava quase 24h do dia ouvindo bandas de músicas melancólicas e depressivas e bandas alternativas como Nirvana, Smashing Pumpkins, Stone Temple Pilots... Era depressiva. Vestia muito preto. Pensava que era inteligente, que era alguma coisa... era técnica em informática, entrava na internet desde o tempo do Netscape (1998), e através dela conheci muitas pessoas. Morava no interior, mas viajava para trabalhar todos os dias na capital, eu tinha muita energia, muitos "amigos", e saia muito. Na adolescência, bebia muito, fumei maconha mas não viciei, foram poucas vezes. Fazia coisas que toda a adolescente que se acha esperta e diferente faz. Na vida sentimental, gostava sempre de quem não gostava de mim, mas ficava só pela aparência e popularidade de alguns.
Tive início de anorexia por conta de alguns antidepressivos que tomei, quanto mais magra eu era, mais gorda eu me sentia e a perfeição para mim estava na magreza. Mas melhorei depois de um tempo e não tomei remédio nenhum, na verdade, uma falsa melhora.


Depois dos 20 anos as coisas só pioraram. Conheci um rapaz, um rapaz de caráter, começamos a namorar, namoramos por 4 anos, e neste período as coisas se alinharam na minha vida. Porém, veio a depressão, pela segunda vez. Usei medicamentos, não aguentei ficar no emprego em que estava, parei de estudar, tudo, mas tudo  mesmo, dava errado. Esse rapaz, cuidava de mim, ele era fiel, íntegro, e eu estraguei tudo. O namoro não nos fazia mais feliz. Posso dizer que a família dele já não era mais a favor, e minha mãe, lutou muito para me ajudar e estar ao meu lado.


Eu estava em um estágio de depressão moderada, e chorava muito, não tinha vontade de viver. A única vontade que eu tinha era de dormir. Juntava comprimidos para dormir e tomava em grande quantidade para que o  meu sono durasse mais tempo, e eu não acordasse. E se acordasse, ficaria dopada, sem sentir nada e sem me importar com nada, assim, era bem mais fácil pra mim, suportar a minha vida e quem eu era. Dopada ou dormindo eu não precisava pensar, e então, tomava remédio escondido, a ponto de a minha mãe ter que me medicar na boca e esconder o remédio para que eu não tomasse tudo. Mas mesmo assim, eu fingia q engolia e juntava todos durante uns 3 dias para tomar todos juntos. Estava difícil manter as aparências.
Minha mãe e meu namorado suportavam tudo isso de mim, já não sabiam como agir e como se não bastasse, eu não dava valor a eles. Minha família cada dia mais preocupada comigo... Terminei o meu namoro.
Minha mãe já não tinha a quem recorrer.
Frequentei casa espírita, e a igreja católica. Achei que talvez Deus pudesse me ouvir e me tirar desse mundo. 


Até que minha mãe começou a frequentar a IURD para buscar por mim. Eu pensava: que igreja ridícula, esse bando de crente é ridículo , cantando essas músicas, batendo palmas...Deus não é brinquedo pra ficar cantando desse jeito. E pensando agora comigo, lembro que cheguei a ir com meu ex-namorado por causa de um convite do força jovem que tivemos na rua, e eu nem pensei tão mal assim na época...mas depois...tinha nojo dessa igreja...


E meu fundo de poço continuou...quando terminei o namoro, fiz por causa de outra pessoa...e aí cometi algo que foi a gota d´água.

....continua..