A cegueira no deserto...

“ Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Hagar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba. Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou. Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Hagar e lhe disse: Que tens, Hagar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz. Deus estava com o rapaz, que cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro; habitou no deserto de Parã, e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito.” Gênesis 21:14-21

Imagine a dor de Hagar.  No deserto sem esperança e humilhada. Teve que sair do lugar onde morava, com uma criança, sozinha no deserto... qual era a sua perspectiva? É preciso vigiar a cegueira espiritual, pois para quem é realmente filho de Deus, a resposta Dele no deserto é certa. O crescimento é certo. O sofrimento e a humilhação vem, porque estamos no caminho certo, pois o caminho que leva a Deus é estreito. O que vem fácil se encontra nas portas largas, que levam ao inferno.
Quantas vezes Deus permite irmos para o deserto, situações que não vemos saída, ou até mesmo, situações que nos causam canseira, pois muitas vezes se repetem, os mesmos erros, mesmas falhas, as tentativas frustradas parece que a solução nunca vem. Sentimo-nos cegos diante do problema, pois não vemos solução. Eu não sei quanto aos outros, mas eu sempre persevero em um deserto, nunca desisto, mas dá uma canseira, penso: "até quando isso?", e me revolto, tenho que pensar que tudo passa, que isso não vai durar para sempre... Mas, ufa....como cansa...
O importante é nunca perder a visão, pois Deus sempre dá o livramento. Não podemos olhar para a situação para não desanimar. 

O tempo das lutas, deve ser aproveitado para aumentar a comunhão com Deus, pois é um tempo em que Deus está nos preparando para as bênçãos. É através desta comunhão que nos livraremos da cegueira no deserto, por exemplo: "Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz." Deus quer nos mostrar o poço neste deserto, mas precisamos estar com olhos atentos para ver... Às vezes estamos até mesmo já dentro do poço, clamamos cabisbaixo, clamamos olhando para trás, para o passado, clamamos olhando para o próximo, ao lado... E se clamarmos dentro de um poço nestas direções, Deus ouve a nossa oração? A oração bate na "parede" do poço e volta.

É preciso clamar, a plenos pulmões para o Alto, olhar somente para Jesus.

Poxa, Deus não nos abandona no deserto, ele estava com Hagar, Deus era com o menino.

Quando tudo parece estar perdido, continuemos fiel, pois Deus sempre mostra a saída, ele nos mostra o poço no deserto. O importante é ter sempre esta certeza, de que Deus está conosco, ele nos livrará...
O Senhor é maravilhoso, ele provém na perseverança, e a resposta que vem dele alicercia, basta crermos:

"Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo...Deus estava com o rapaz, que cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro; habitou no deserto de Parã, e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito.”

Deixemo-nos ser moldados por Deus, pois somos barro nas mãos do oleiro, e o mesmo sabe quando estamos prontos... mesmo que seja preciso ser quebrantado, despedaçado, ser novamente refeito... isso dói, mas é para atingirmos a perfeição para Aquele que nos criou, ele nos ama, e se tivermos essa certeza dentro de nós, a vitória sobre todas essas coisas será violenta!